quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cerveja Hidrata como Água e mais do "VI Simpósio Europeu de Cerveja e Saúde"

Prática muito conhecida, pelo menos no universo masculino, a de tomar aquela cervejinha marota depois de uma atividade física, principalmente depois de um futebolzinho. Tenho um amigo, aliás, que costumava levar o copo e a garrafa de cerveja para a beirada do campo para se hidratar. “É minha Gatorade”, dizia.
O "Sheldon" está até em dúvida se vai encarar essa Weiss rs
E não é que desde 2011, um estudo apresentado em Bruxelas no "VI Simpósio Europeu de Cerveja e Saúde", onde participaram especialistas em medicina, nutrição e alimentação da União Europeia, já havia provado que a teoria do nosso sedento companheiro não apenas estava certa o tempo todo, como também é recomendável! 
A pessoa a quem devemos nossa gratidão pela realização deste importante estudo é o pesquisador Manuel Castillo da Universidade de Granada. Ele desejava comprovar se o hábito de beber cerveja após a prática de atividades físicas era de fato saudável e a conclusão a que chegou foi de que uma quantidade moderada de cerveja "não prejudica a hidratação após o exercício". Tomar cerveja seria "a mesma coisa que tomar água", por isso é recomendado o consumo da bebida fermentada a todas as pessoas que não tenham nenhuma contraindicação.
Já o médico o médico Ramón Estruch, do Hospital Clínico de Barcelona, por sua vez, deu seu “show” ao afirmar que os resultados dos estudos mostram que o consumo moderado de cerveja "ajuda na prevenção de acidentes cardiovasculares, graças aos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios das artérias". Além disso, proporciona proteção contra fatores de risco cardiovascular, como diabetes, melhora a pressão arterial, regula o colesterol e previne a arterioesclerose, segundo a pesquisa. Para encerrar a participação com chave de ouro, Estruch ressaltou a importância de "consumir a cerveja dentro de um padrão de alimentação saudável,.”
Universo Masculino...tsc, tsc...
E representando a ala das mulheres, Maria Teresa Fernandez Aguilar, pesquisadora da Agência da Saúde de Valência, informou sobre os efeitos benéficos da cerveja sem álcool para as mães lactantes. Ela citou o estudo que demonstrou que crianças amamentadas por mães que consumiram duas cervejas sem álcool durante a lactação têm menos possibilidades padecer de doenças como câncer e arteriosclerose, devido à transmissão dos componentes antioxidantes da bebida. Lembrando mamães, nem toda cerveja dita sem álcool é de fato totalmente isenta de álcool, cuidado! A Brahma 0,0% é um exemplo de cerveja que é de fato sem álcool, e é tão "boa" quanto a Brahma normal.
Durante a conferencia, ainda, foi apresentado um estudo que descartou que exista qualquer relação entre beber cerveja e a famosa “barriguinha de chopp”. Na medida certa, e na medida errada aos finais de semana, uma cervejinha vai te trazer uma vida longa e feliz! Prost!




quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Vaca Brava - "Beer Shake" de Cerveja Porter.


A postagem de hoje foi dica de um grande amigo meu, que se não é um Brassador, compensa sendo Bravo e, principalmente, Bêbado.  Vem bem a calhar com o clima “vamos ver até onde você aguenta antes de entrar em combustão espontânea” que temos enfrentado. Trata-se de um “Beer Shake” que lembra a famosa “Vaca Preta”, mas usando cerveja Porter no lugar de Coca-Cola.

Para deixar com mais cara de Milk Shake usei também calda de chocolate e Ovomaltine. Por que Ovomaltine? Porque funcionou no Bob’s. Usei 3 bolas de sorvete de creme, mas imagino que ameixa e chocolate sejam boas opções também. 
                                                                          




-Comece colocando a calda de chocolate em toda a volta do copo. 






-Na seqüência coloque metade do sorvete.





-Adicione 200Ml de uma cerveja Porter. 







-Fiz com a Chernobyl Brown Porter, uma cerveja escura que ficou muito boa,  produzida por nós mesmos.



Misture tudo, em seguida coloque o resto do sorvete e uma colher de sopa de Ovomaltine; misture novamente. O achocolatado vai deixar o “drink” cheio de flocos crocantes.
Pronto, decore, caso queira, com mais Ovomaltine e calda de chocolate. A cerveja Porter combina muito bem com esses sabores de sorvete. Especificamente no caso da cerveja que usei, o aroma achocolatado e o sabor amargo puxado para café casaram perfeitamente com todos os ingredientes.
Pode parecer um pouco exagerado “gastar” uma boa cerveja em uma espécie de milk shake, mas o drink é realmente saboroso, e no calor que estamos enfrentando, é uma maneira criativa de beber uma Porter, uma cerveja mais apropriada para um dia de temperatura mais amena. Lembrando que apesar de conter pouco álcool, este ainda é um drink alcoólico. 
             Por hoje é isso, experimentem e comentem!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Shame on You Eisenbahn

Pois é, a cervejaria Eisenbahn recentemente lançou no Youtube uma websérie com o intuito de apresentar ao público a cerveja artesanal – antes que outra cervejaria o fizesse, dado o crescente interesse dos apreciadores de cerveja brasileiros nesta prática; que há muito já é um hobby comum dos americanos e vem aos poucos se tornando o de muitos brazucas também.
Antes de criticar, porém, cabe dizer que a Eisenbahn é uma das melhores, se não a melhor cervejaria do Brasil, possuem uma grande variedade de excelentes cervejas de diferentes estilos, bem distintas entre si, tanto em cor, quanto aroma, sabor e teor alcoólico, o que possibilita uma ótima oportunidade de comparar e conhecer um pouco mais sobre os diferentes estilos de cerveja sem precisar recorrer às cervejas importadas.
Contudo porém, não me agradou a postura que tiveram com relação à websérie “Cerveja feita em Casa”. Apesar de, como diria um amigo meu, “ter o seu valor”, ser esteticamente muito bem produzido, trazer algumas boas informações e tudo o mais, o clima de velório que deram ao programa, aliado à omissão de algumas informações, como deixar de apresentar equipamentos mais sofisticados que são largamente utilizados pelos cervejeiros, não tão mais caros e muito melhores, tanto para quem faz quanto para a cerveja.
Quando o Mestre Cervejeiro Gerhard Beutling comenta que durante a brassagem as Cervejarias se utilizam de diferentes faixas de temperatura para conseguir o corpo e a espuma desejados, por exemplo, o cervejeiro Daniel simplesmente omite o fato de que o cervejeiro artesanal faz exatamente mesma coisa, o que passa uma ideia de que a cerveja artesanal passa por uma brassagem mais simplificada, o que não é verdade.
Mas de tudo o que mais me incomodou foi a maneira como trataram do fermento que fica depositado no fundo da garrafa. A cerveja caseira, assim como inúmeras outras cervejas, nacionais e importadas de famosas cervejarias, possui no fundo da garrafa um fino depósito de sedimentos, que na realidade se trata do fermento responsável pela transformação do mosto em cerveja. Isso acontece porque algumas cervejas para receberam o gás carbônico, passam por um processo natural de carbonatação, mesmo método utilizado nos Champagnes fabricados na região de Champagne na França. Consiste na adição de açúcares fermentáveis na hora do envase. O fermento ainda ativo na cerveja transformará esse novo açúcar que entrou na bebida em mais um pouco de álcool e em gás carbônico, se depositará no fundo da garrafa e a cerveja estará naturalmente carbonatada.  
Na websérie o Cervejeiro Daniel trata deste tema como se ele fosse um defeito da cerveja artesanal, chega a cometer o absurdo de dizer que este fermento é ruim e que quando a cerveja está no final da garrafa, é melhor abandoná-la para evitar beber o fermento. Na realidade o fermento cervejeiro é rico em vitaminas do complexo B e sua ingestão não causa nenhum problema, há quem goste e há quem prefira beber sem ele, só o que acontecerá com sua cerveja é que ela se tornará um pouco mais turva e receberá um pouco do sabor do fermento, que não tem nada de ruim, ele é responsável por parte do sabor e odor da cerveja.
A cerveja Baden Baden Weiss e a própria Eisenbahn Weizenbier são exemplos de cervejas não filtradas que conservam o fermento no fundo da garrafa, e a própria Eisenbahn em seu site recomenda que se faça movimentos circulares com o fim da cerveja na garrafa para que o fermento se desprenda e possa ser misturado na cerveja que já está no copo, alegando conferir uma cor e sabor sem igual à cerveja. E de fato o faz, o que ficou estranho foi na websérie afirmarem que este fermento é ruim e deve ser evitado.
A impressão que passa é que a intenção da Cervejaria com os vídeos, mais do que apresentar a cerveja feita em casa ao público, foi fazer uma comparação entre a Cerveja Artesanal Caseira e a Cerveja industrial fabricada por eles, onde a cerveja artesanal parece sair com uma pequena desvantagem.
Uma boa analogia para comparar a cerveja artesanal com a industrial é pensar nelas como bolos. A cerveja industrial é como um bolo pronto que podemos comprar no supermercado, enquanto que a cerveja artesanal é o bolo feito pela vovó, ou por nós mesmos. Quando feito com capricho, será melhor do que a grande maioria dos bolos industrializados que podem ser encontrados no supermercado, temos a possibilidade de escolher os ingredientes da melhor qualidade e que mais nos agradam, e como no bolo, temos uma receita a seguir, mas podemos adaptá-la para o nosso próprio gosto e fazer com que o resultado final seja exatamente aquele que desejamos.

O fato é que a Revolução Cervejeira se iniciou no Brasil e as cervejarias já começaram a sentir seu efeito, os bebedores de cerveja estão conhecendo novos estilos e pedindo por eles e a pouca oferta dessas variedades a preços mais acessíveis só estimula o crescimento desta prazerosa atividade.